A carricinha
Vieste tão pequenina, ladina,
Saltitando, por entre as flores do canteiro,
Debicando aqui e ali,
Como quem escolhe o menu,
E encontraste finalmente,
Ao ponto de ficares solta,
Dependurada, entrelaçada,
Tal era o manjar descoberto,
Pulaste para o canteiro da vizinha,
Vai comer a sobremesa, pensei!
Qual quê, quando nisto,
Regressas bem acompanhada,
Iniciaste a partilha, gostei!
O banquete continua com piruetas,
Como quem bem recebe…
Deixando os convivas à vontade,
Por toda a mesa que era farta…
Nem me vias por detrás da vidraça,
Nem te deste conta, de distraída,
Que estavas a ser fotografada,
Gostei do teu alheamento
Que te tivesses sentido em casa.
Irene borges
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