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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

मिंह terra

MINHA TERRA

Quisera eu estar agora,

Na vivenda onde eu nasci,

A sentir como outrora,

Sensações que então senti.

Reinaria a noite inteira,

Esperando um novo dia,

Conforme a companheira,

Muito bem eu dançaria.

Sapateando ao desafio

Como fiz antigamente,

Com agilidade e brio,

Valsando facilmente.

Nem ventos frios do norte

Me faziam voltar atrás,

Julgava-me alguém forte

Nos meus tempos de rapaz.

No amor eu tive sorte,

Apenas uma decepção,

Para mim de imenso porte,

Que atingiu meu coração.

Foi um desgosto tristonho,

Quanta infelicidade,

A desfazer o meu sonho,

Que seria realidade.

Surgiram outros amores,

A compensar tal paixão,

Desviando enfim as dores,

Me afastando a solidão,

É certo diz o poeta,

Que ninguém foge ao destino,

Ansiando andar em recta,

Anda às voltas com o tino.

Amo o lugar da Carreira,

Arega e meu Figueiró,

A Castanheira de Pêra,

Pedrógão Grande e não só.

Amo a Serra da Lousã,

Que protege a Comarca,

Desde a alvorada louça,

Contudo o que ela abarca,

Gosto de seu povo obreiro,

A briosa mocidade,

Daquele que é ordeiro,

E anseia prosperidade,

Aprecio os lugarejos,

Com capelas nas subidas,

Onde pedidos e desejos,

Com mãos aos céus erguidas.

Quisera ouvir as mágoas,

Nos sulcos das colinas,

Murmurando suas mágoas,

Comovendo as flores finas.

Não sei se a mocidade

Destes tempos actuais,

Aprecia a realidade,

De algo que não volta mais.

1 comentário:

Maic disse...

Este poema é do Emidio Borges