MINHA TERRA
Quisera eu estar agora, Na vivenda onde eu nasci, A sentir como outrora, Sensações que então senti.
Reinaria a noite inteira, Esperando um novo dia, Conforme a companheira, Muito bem eu dançaria.
Sapateando ao desafio Como fiz antigamente, Com agilidade e brio, Valsando facilmente.
Nem ventos frios do norte Me faziam voltar atrás, Julgava-me alguém forte Nos meus tempos de rapaz.
No amor eu tive sorte, Apenas uma decepção, Para mim de imenso porte, Que atingiu meu coração.
Foi um desgosto tristonho, Quanta infelicidade, A desfazer o meu sonho, Que seria realidade.
Surgiram outros amores, A compensar tal paixão, Desviando enfim as dores, Me afastando a solidão,
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É certo diz o poeta, Que ninguém foge ao destino, Ansiando andar em recta, Anda às voltas com o tino.
Amo o lugar da Carreira, Arega e meu Figueiró, A Castanheira de Pêra, Pedrógão Grande e não só.
Amo a Serra da Lousã, Que protege a Comarca, Desde a alvorada louça, Contudo o que ela abarca,
Gosto de seu povo obreiro, A briosa mocidade, Daquele que é ordeiro, E anseia prosperidade,
Aprecio os lugarejos, Com capelas nas subidas, Onde pedidos e desejos, Com mãos aos céus erguidas.
Quisera ouvir as mágoas, Nos sulcos das colinas, Murmurando suas mágoas, Comovendo as flores finas.
Não sei se a mocidade Destes tempos actuais, Aprecia a realidade, De algo que não volta mais. |
1 comentário:
Este poema é do Emidio Borges
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